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Lucas Araujo, Yuri Portella

TINTAS E OS EFEITOS DA PINTURA NO AMBIENTE


Segundo ANGHINETTI (2012) : “A Tinta é uma dispersão, ou seja, mistura de várias substâncias, veículo, pigmentos, aditivos, água e/ou solventes, em que as partículas sólidas, com dimensões entre 1 µm e 1 nm, encontram-se distribuídas em um componente volátil (água ou solventes orgânicos)”, a mesma têm a função de proteção às superfícies, evitando infiltrações, processos corrosivos, arranhões e danos à superfície, visto que evitam o contato entre o material e o ambiente comum.


Mello (2012) faz um retrato histórico relembrando como eram as primeiras tintas na pré-história:

“Por exemplo, para a coloração vermelha era usada a hematita (Fe2O3), para a coloração amarelo a Goethita [FeO(OH)], para a coloração branca a caulinita [Al2Si2O5(OH)4] e para a coloração preta a Pirolusita (MnO2).”


Pintura rupestre feita com óxido de ferro (Hematita) na Serra da Capivara.


Além disso, mostra como evoluiu ao longo da história com a contribuição de diversos povos, como Chineses, Egípcios, Gregos, Romanos e Bizantinos, e diversos períodos como o Renascimento e a Revolução Industrial, e demonstrando uma tendência para a utilização de materiais derivados da biomassa, como a cana de açúcar.

Apesar destas evoluções, certos problemas ainda se mantém, como a deterioração da tinta, e um exemplo abordado por Bach (2005), é como os fungos, principalmente o Aspergillus, podem contribuir para o processo, não só impedindo a boa atuação do material como podendo transmitir doenças, e para isso é importante buscar a aplicação de tintas que contenham biocidas em sua fórmula.


No entanto, um desafio cada vez mais constante é desenvolver este material de forma cada vez mais eficaz e econômica, mas a preocupação com o meio ambiente e a saúde devem ser proporcionais. Pimenta em 1994, faz um estudo de caso em que relembra como no passado a presença de chumbo(metal contaminante) na composição das tintas era frequente, ao passo em que Seerig (2013) contribuiu com a testagem de diversos elementos minerais, como Carbonato de Cálcio e Sulfato de Bário, demonstrando o quanto o setor tem a crescer e inovar, já indicando possíveis compostos para tal.


Mas a pintura é só pra ficar bonito?

Como já foi citado anteriormente, as tintas, por serem formadores de películas, têm papel fundamental na conservação do imóvel, justamente por evitar o contato direto do material pintado com o meio, evitando assim o desgaste e fenômenos como a corrosão.

Outro importante fato, é a capacidade que a pintura tem de causar efeitos ópticos, físicos e até psicológicos! Veja alguns desses efeitos:

Percepção espacial

Através da combinação, contraste e tonalidade das cores, é possível causar efeitos ópticos que provocam diferentes sensações em relação ao espaço do ambiente.


Conforto térmico

Cores claras refletem melhor a luz solar, por isso o calor retido e transmitido para o interior é menor. Uma tecnologia que vem ganhando espaço no mercado são as tintas térmicas, que são tintas especiais capazes de refletir em torno de 90% dos raios solares incidentes na superfície, além disso, são capazes de reduzir o ruído em telhas metálicas.


Psicologia das cores

Alguns cientistas acreditam que as cores transmitem diferentes sensações aos observadores. Esse conceito de psicologia das cores já é bastante utilizado em muitos negócios, através do chamado design de emoções.

Usando essa ideia para combinar a pintura com os elementos do cômodo, é possível criar ambientes capazes de provocar sentimentos e impactar pessoas.



Luminosidade

É a reflexão dos raios solares nas superfícies que permite que o interior de um edifício fique iluminado durante o dia. A pintura das paredes e do teto tem papel fundamental nesse processo, por isso cores claras são recomendadas em ambientes escuros, pois favorecem a reflexão da luz.

O equilíbrio deve ser buscado, já que um tom muito reflexivo em locais com alta penetração luminosa é agressivo aos olhos, e por outro lado, tons escuros em locais pouco iluminados contribuem para o consumo de energia, visto que faz-se necessário o uso de lâmpadas.

A escolha da tinta tem que ser feita com muito cuidado, levando em conta fatores como:

  • A pintura tende a escurecer após aplicada.

  • Em superfícies que recebem luz solar, a tinta fica fosca com o tempo.

  • A percepção das cores muda conforme a variação da luminosidade.


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REFERÊNCIAS:

BONDE. Entenda a influência da cor das paredes nos ambientes. 2010. Disponível em: https://www.bonde.com.br/casa-e-decoracao/noticias/entenda-a-influencia-da-cor-das-paredes-nos-ambientes-151401.html. Acesso em: 13 jan. 2021.

GSHOW. Como as cores mudam a sensação de espaço nos ambientes. 2017. Disponível em: http://gshow.globo.com/ep/cores-de-novela/noticia/2017/06/como-cores-mudam-sensacao-de-espaco-nos-ambientes.html. Acesso em: 13 jan. 2021.

MENEZES, Gabrielle. Psicologia das cores: você sabia que cada cor pode alterar sua percepção?. 2020. Disponível em: https://www.printi.com.br/blog/psicologia-das-cores-voce-sabia-que-cada-cor-pode-alterar-sua-percepcao. Acesso em: 13 jan. 2021.

RODRIGUES, Elyzia. Tinta Térmica - Um conforto a mais para sua casa. 2017. Disponível em: http://www.dicadaarquiteta.com.br/2017/04/tinta-termica-um-conforto-mais-para-sua.html. Acesso em: 13 jan. 2021.


ANGHINETTI, Izabel Cristina Barbosa. Tintas, suas propriedades e aplicações imobiliárias. Curso de Especialização em Construção Civil. Escola de Engenharia. Departamento de Engenharia de Materiais e Construção Universidade Federal de Minas Gerais, 2012.


MELLO, Vinicius M.; SUAREZ, Paulo AZ. As formulações de tintas expressivas através da história. Revista virtual de química, v. 4, n. 1, p. 2-12, 2012.


PIMENTA, Alexandre Santos et al. Contaminação de pintores profissionais por metais pesados provenientes de tintas e vernizes. Química Nova, v. 17, n. 4, p. 277-280, 1994.


SEERIG, Rafael. Estudo da influência de cargas minerais utilizadas em tintas imobiliárias. 2013.


BACH, Erna Elisabeth; RANGEL, Áurea Renata. Biodeterioração de tintas à base de água por fungos. Exacta, n. 3, p. 79-84, 2005.


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