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Leonardo Maroca

O AVANÇO DA ENGENHARIA CIVIL COM A TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO 3D

Conforme a tecnologia avança, é possível vermos que tais avanços podem ser aplicados, de formas adaptadas, em áreas as quais não foram concebidas primordialmente. Um exemplo que tem se popularizado, principalmente na Europa, é a utilização de impressoras 3D para a criação de casas mais baratas, de construção rápida e que aproveite melhor os espaços oferecidos para a concepção da obra.


Embora pareça algo novo, a tecnologia de impressão 3D já tem muitos anos de história, tendo surgido em 1984, por Chuck Hull. Inicialmente, a impressão 3D teria o único propósito de imprimir pequenos objetos. Com o passar do tempo, a impressora foi avançando, a ponto de fazer protótipos para empresas de arquitetura. Mais adiante, em 2004, Behrokh Khoshnevis tentou imprimir a primeira parede, criando assim o Contour Crafting. E daí em diante, foi possível revolucionar, de diversas formas, o ramo da construção civil com a impressora 3D de concreto.


Em tradução literal, Contour Crafting significa "Construção por Contornos", sendo esta a forma com que as máquinas que despejam a mistura de concreto (que pode variar de acordo com a fornecedora do serviço) desenham as paredes da casa, que depois serão preenchidas por elementos estruturais, e até mesmo, com outros materiais de acordo com a necessidade, como isolantes térmicos, por exemplo.


Impressora 3D trabalha em conjunto com sistema de montagem de pré-fabricados (Reprodução/contourcrafting.org)



Mas o quão vantajoso é esse método de construção?


Este método apresenta, como dito no começo deste texto, muitas vantagens com relação à custos, tanto em mão de obra quanto materiais, além de uma velocidade acelerada. Podemos assim citar, como seus principais benefícios:


Impressão de uma parede 3D (Reprodução/https://www.archdaily.com)


  • Menor possibilidade de erros e atrasos: uma vez que, é mais fácil prever a produção de uma máquina do que da mão de obra humana, já que esta possui uma produção constante, além do índice de correções serem menores, uma vez que o trabalho é, quase que em sua totalidade, gerenciado por softwares;

  • Custo mais baixo: a primeira casa impressa em 3D teve um custo 20% menor em relação à mesma casa construída de forma convencional. Estipula-se também que este custo pode baixar até 40% nos próximos 15 anos, pelo refino da tecnologia, além de se tronar mais popular, não sendo algo tão exclusivo de certas empresas, o que pode ajudar na redução do custo;

  • Velocidade da impressão de materiais: a velocidade de impressão de material também é um diferencial, uma vez que em 2018, na França, uma casa de 95m² foi impressa em 54 horas, mostrando o quão efetiva pode ser essa tecnologia;


Concepção da casa impressa francesa (Reprodução/https://www.bbc.com/portuguese/internacional-44825331)


Interior da casa impressa francesa (Reprodução/https://www.bbc.com/portuguese/internacional-44825331)


  • Adequação de estilo arquitetônico às paredes curvas: o design curvo das paredes, além de ter seus benefícios para redução de umidade, também pode ser explorado para a melhor adequação ao espaço, como por exemplo, um lugar com árvores ou obstáculos;

  • Possibilidade de uso de materiais mais ecológicos: algumas empresas utilizam, em sua mistura de concreto, materiais reciclados e fibras, sendo assim uma construção mais sustentável.


Será possível termos no Brasil essa tecnologia nos próximos 10 anos?


Esta tecnologia não estará no Brasil nos próximos de anos; em 10 anos, talvez, essa seja uma nova tendência dentro do país, uma vez que, em 2020, a primeira casa impressa do país foi finalizada, com custo médio de R$ 50,00 por m², tendo sido utilizada 1 semana corrida para conceber a edificação de 68m². Este feito foi realizado por um grupo de 3 engenheiros, da 3DHomeConstructions, em Natal, Rio Grande do Norte.


Porém, algo citado pela própria equipe de execução da casa impressa brasileira é a dificuldade de encontrar empresas que realmente incentivem inovações desse tipo, até mesmo na área de obra prima dos materiais mais básicos para esse tipo de projeto. Segundo Allynson "o máximo que conseguimos foram alguns pequenos descontos", o que acaba mostrando a dificuldade de inovar dentro do país, mesmo que uma mudança tão benéfica quanto esta.


Casa impressa em 3D com tecnologia brasileira


O que podemos concluir então?


Por fim, podemos concluir que as inovações no campo da construção civil existem, e são, em muitos aspectos, viáveis. Porém, por ser um campo muito conservador, ainda existe uma grande dificuldade para que se possa ter um desenvolvimento real destas tecnologias. Sendo assim, a busca por esse tipo de técnica por parte do público pode acarretar, posteriormente, em um desenvolvimento do próprio mercado, para que se possa desenvolver cada vez mais o que já temos, para que, mais adiante, possamos ter mais edificações maiores e melhores a partir da impressão 3D com concreto.



REFERÊNCIAS:


BONAFÉ, Gabriel. Contour Crafting oferece soluções para automatizar o canteiro de obras. Disponível em: https://www.aecweb.com.br/revista/materias/contour-crafting-oferece-solucoes-para-automatizar-o-canteiro-de-obras/13294. Acesso em: 02 jun. 2021.

Eduardo Souza. "O futuro das Habitações Sociais pode ser a impressão em 3D?" 03 Nov 2020. ArchDaily Brasil. Acessado 2 Jun 2021. <https://www.archdaily.com.br/br/918951/o-futuro-das-habitacoes-sociais-pode-ser-a-impressao-em-3d> ISSN 0719-8906. Acesso em: 02 jun. 2021.


BRASIL, Bbc News. A primeira família a se mudar para uma casa construída com uma impressora 3D. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-44825331. Acesso em: 02 jun. 2021.


MARTINELLI, Juliana. Brasil constrói sua primeira casa modelo impressa em 3D! Disponível em: https://www.inovahouse3d.com.br/post/brasil-constr%C3%B3i-sua-primeira-casa-modelo-impressa-em-3d. Acesso em: 02 jun. 2021.




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